quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Dança dos Famosos

 (eu, Joseane Noronha, em 2014)

Como este blog se refere a dança de salão, não poderia deixar de manifestar a minha opinião sobre a dança dos famosos. Todos os domingos, nós que amamos a dança, paramos para assistir o Domingão do Faustão, mesmo tendo de escutar suas interrupções e comentários descabidos a respeito das coreografias apresentadas. 
Fico sempre atenta às novidades. Gosto muito de ver novos coreógrafos tendo oportunidades de apresentarem seus trabalhos e deixarem o anonimato com tanto empenho em se promover.
Reconheço a beleza das celebridades e o tanto que se esforçam para apresentarem um belo show, porem em todos estes anos, a dança que se mostra não é a verdadeira dança de salão, são passos acrobatas que caberiam melhor em um estilo de ginástica rítmica. A dança de salão é bem dançada com os pés o chão, com uma boa condução. Sua beleza está principalmente em observarmos nos cruzados das pernas e dos braços, trazendo um envolvimento de máxima cumplicidade entre o casal.
Se formos a um baile, que seja um grande salão, ou se estivermos em um restaurante dançante, com espaço só entre as mesas, numa praça assistindo a um show, em qualquer lugar que dê para nos movimentar com alegria tudo aquilo que vemos aos domingos vai ser impossível de se fazer. Isto dá uma ideia errada de como se dançar, que os aplausos só deve ser dados a quem tem cem porcento de flexibilidade e pesa menos de 60kg.
O universo da dança deve ser estimulado, mostrando que todos são capazes e tem condições de dançar, independentes das suas condições físicas.
O figurino está lindo e as músicas também. Reconheço que este programa fez com que a dança de salão fosse muito divulgada, mas vamos fazer com que as pessoas conheçam e entendam a beleza de se estar junto ao parceiro e de como é gostoso ser conduzida.
A dança faz parte da minha vida como parte continua da minha alma, me faz ser leve e feliz, me encanta com a riqueza das músicas e a variedade de ritmos, me faz sonhar e acreditar no amor e, muitas vezes, me remete às lembranças boas que tenho de vários momentos vividos aos passos e entrelaços dados em algum baile. Podemos voar e admirar a dança com a sua impermanência e transição, mas como na vida, devemos manter os princípios e a ética, ter a mente aberta às novas ideias e caminhar sempre pronto a aprender, mas com os pés no chão e o coração aberto.
Vamos esperar que a dança de salão entre realmente no programa e que tenhamos muito a apreciar, pois é sempre uma ótima oportunidade de trabalho e reconhecimento para nós profissionais da dança.

P.S.: A coreografia do forró do Miele estava de acordo com as suas possibilidades, acho difícil exigir mais dele. Giba quebrou preconceitos quanto a altura e quanto ao principío de que um atleta não teria jeito para dançar, tecla que o Faustão bate todos os domingos.

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